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Foragido, vereador acusado de mandar matar ativista pede licença da Câmara em Linhares

 Acusado de mandar matar o ativista político Jonas Soprani, o vereador Waldeir de Freitas Lopes solicitou, na tarde de segunda-feira (23), uma licença de 30 dias das atividades na Câmara de Linhares, no Norte do Espírito Santo. De acordo com o requerimento, o afastamento é “para tratar de interesse pessoal”. Waldeir está foragido da Justiça há mais de 20 dias, desde quando a Justiça o mandou prender.

No dia 03 de maio, a 1ª Vara Criminal de Linhares expediu mandado de prisão preventiva (aquela por tempo indeterminado) contra o parlamentar. Desde então, os investigadores da Polícia Civil têm feito buscas mas o vereador segue foragido.

Apesar de ser acusado, com base em provas reunidas pela Polícia Civil no inquérito, como o mandante do crime, Waldeir segue exercendo normalmente o mandato de vereador na cidade de Linhares – sem dar expediente. A Câmara Municipal informou que o político tem apresentado atestados de suposto tratamento odontológico como justificativa para faltar às sessões.

Na segunda-feira (23), Waldeir solicitou eletronicamente a licença temporária. A reportagem demandou a Câmara de Linhares para saber a licença foi deferida (aceita). A matéria será atualizada quando houver retorno.



A DENÚNCIA DO MP 

Na denúncia ofertada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) à Justiça, consta que partiu do vereador Waldeir de Freitas Lopes indicar o endereço onde o ativista Jonas Soprani estaria naquela quarta-feira (23/06/2021) – dia do crime. Durante o interrogatório, no curso do processo, Cosme Damasceno, um dos executores, disse o vereador mandou matar Jonas Soprani no mesmo dia do crime, informando o local onde a vítima estaria.

Para o MP, o crime foi muito bem planejo pelo vereador Waldeir. Os promotores citam, que Jonas Soprani era ativista político e atuava fiscalizando a conduta de agentes políticos em Linhares, o que gerava diversos incômodos.

Cosme Damasceno (executor do  homicídio) visitou o gabinete do vereador Waldeir – mandante do crime – ao menos oito vezes em 2021, como consta nos registros oficiais da Câmara. Mas o número de visitas pode ter sido ainda maior, segundo contou o presidente da Câmara de Vereadores em depoimento à polícia no inquérito sobre o caso.

“Observa-se a relação estreita entre Cosme e Waldeir, não uma relação de amizade, mas uma relação de subalternidade, subserviência: Cosme trabalhou na campanha eleitoral de Waldeir; foi nomeado por este para trabalhos políticos; recebia ajuda de custo mensal sem qualquer contraprestação; etc. A atuação de Cosme sempre se pautou pelo direcionamento dado por Waldeir”, diz a denúncia do MPES.



Cosme e Waldeir se comunicaram mais de 20 vezes via ligação reversas no dia do crime e no dia anterior ao crime, como constatou a quebra de sigilo telefônico feita pela polícia com autorização da Justiça. “Já no dia posterior ao crime, não se falaram mais, tendo cessado as conversas”, diz a denúncia do MPES.

No dia 05 de julho de 2021, doze dias após o crime, a Polícia Civil com apoio da Polícia Militar cumpriu mandados e localizou o carro utilizado no assassinato, no bairro Vila Prudêncio, em Cariacica (ES). Ao lado do veículo usado pelos assassinos, estava um outro carro, com brasão da Câmara de Vereadores de Linhares. O fato chamou a atenção dos investigadores, que acionaram a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A PRF parou o veículo no retorno à Linhares. No carro, estavam Oswaldo Ambrósio (advogado), Josenilton Alves do Santos (assessor do Vereador) e o Vereador da Cidade de Linhares e denunciado Waldeir de Freitas Lopes.

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